terça-feira, 5 de novembro de 2013

#chatiadíssima




Se o Houaiss fosse ilustrado, certamente Twiggy seria a imagem do termo blasé. Não conheço nada de Twiggy. Sei que era modelo uber top e que posava, frequentemente, fazendo cara de abuso (#chatiada). Além disso, sei que era linda.
Como Twiggy, vejo carinhas enjoadas na maioria dos lugares onde vou. E me ocorre sempre a questão: Serão essas criaturas dotadas de tão pouca autoestima que precisam, antes de serem rejeitadas, dizer publicamente que não se importam? Ou o caso é justamente o oposto: diante de tamanha autoestima e genialidade, a náusea dessas pessoas se torna evidente ao ter que habitar esse mundo com o resto dos mortais?
De uma forma ou de outra, não houve uma figurinha blasé que não tenha me parecido uma atuação de quinta. Em suas singulares insatisfações, todas sabem apontar o defeito dos outros (de todos os outros que as rodeiam) sem perceber que incorrem nos mesmos erros. Em suas geniais atuações, conseguem exprimir opiniões, que, na maioria das vezes, podem ser adiantadas se lermos a coluna de fulaninho de tal que está na ~moda~, mesmo quando o colunista se opõe a uma opinião que a Twiggety tenha dado há pouco tempo.
Conhecem tudo de literatura/cinema/música, mas, sobre aquele livro, só conseguem dizer: eu li, é ótimo. Todo mundo é desinteressante, mesmo o melhor amigo que a twiggety abraçava um segundo atrás. E seu senso de humor é baseado em ridicularizar o outro para, é claro, ressaltar o quanto é maravilhosa. E são geniais, já disse isso? Aliás, grande parte do desgosto e da cara de quem precisa tomar Actívia vem do fato de não terem ganho um prêmio por existir.
O nível de insatisfação é tão grande e constante que chega a ser contagioso. Inclusive, preciso ir ali tomar um lacto-purga ou vodca para me livrar do peso e dos tormentos dessa vida injusta que me persegue. Ser blasé dá uma preguiça...

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