Ouvi
dizer que o mundo tá pra acabar. Ouvir dizer não, ele mesmo me contou, o mundo.
Abro o jornal e dou de cara com todo tipo de
desespero. Isso é ele gritando. Quase choro, mas antes de me doar ao drama,
tenho esse costume de dar uns tragos no café.
O mundo começa a acabar aí, na sua casa, que já acorda dando rabissaca pra o
dia que ainda nem sustenta a luz do sol direito. Aí o tal do jornal, pra
afundar você na cadeira e abduzir o que restou do ânimo economizado no fim de
semana pra começar a segunda feira. Mais rabissaca pra o pão que não torra
naquela sanduicheira que você economizou na hora de comprar e que agora tá
colhendo os louros da pirangagem. Tudo irrita, tudo reclama, você aí dentro,
você no mundo, mais um.
Agora multiplique essa pequena parcela da vida
por sei lá quantos bilhões de Zé Ninguens, o mundo. Imagine um planeta inteiro em fúria! Como ser feliz assim?
Para isso, há mil e uma invenções: quem fuma
fuma, quem bebe bebe, quem joga joga, quem xinga xinga, quem grita grita mais
ainda e quem gosta de descontar o desgosto no outro, agora, chuta o pau da
barraca. Vamos lá, a hora é essa!
Quero dizer, não adianta ser budista e não
cumprimentar o porteiro. Muito menos cumprimentar o porteiro e bater na mulher,
em casa. Não adianta ir pra igreja pra rezar com padre Edvaldo todo domingo na
praça de Casa Forte a fim de garantir um lugar quentinho no céu. Não adianta,
se você bota o pé cá fora e manda o flanelinha tomar no cu. Está certo que,
muitas vezes, é preciso paciência. Especialmente com esses, os flanelinhas (ou
empresários da rua, como já deveriam ser chamados).
Viver é muito perigoso. Mais ainda pra quem não
sabe. Tem gente que não convive nem consigo mesmo, imagine! Aí é caixão e vela
preta no trabalho, na família, no amor, na vida.
Há quem diga que viver é estar de passagem. Mas
nem por isso vamos pensar nela como uma grande piada. Como diria Seixas, o
Raul, se formos pensar assim, é bom que tenhamos a certeza de que é uma piada
“um tanto quanto perigosa”.
Tenho meus 26 anos e, como todo jovem dessa
faixa etária esquisita,vivo a ilusão da maturidade. Então vamos lá: no auge da
minha experiência de vida, digo: tudo que vai... volta!
Abro o jornal e dou de cara com todo tipo de desespero. Isso é ele gritando. Quase choro, mas antes de me doar ao drama, tenho esse costume de dar uns tragos no café.
Quero dizer, não adianta ser budista e não cumprimentar o porteiro. Muito menos cumprimentar o porteiro e bater na mulher, em casa. Não adianta ir pra igreja pra rezar com padre Edvaldo todo domingo na praça de Casa Forte a fim de garantir um lugar quentinho no céu. Não adianta, se você bota o pé cá fora e manda o flanelinha tomar no cu. Está certo que, muitas vezes, é preciso paciência. Especialmente com esses, os flanelinhas (ou empresários da rua, como já deveriam ser chamados).
Tenho meus 26 anos e, como todo jovem dessa faixa etária esquisita,vivo a ilusão da maturidade. Então vamos lá: no auge da minha experiência de vida, digo: tudo que vai... volta!